No século XIII, Gêngis Khan fundou um império que mais tarde iria do mar Cáspio ao oceano Pacífico, a partir da Mongólia. Tanto poder e preparo contrastam com sua origem: o líder passou a infância em completo desalento | ||||||
por Jean-Paul Roux | ||||||
O chamado “perigo amarelo” já era conhecido na Europa, como memória assombrosa do século V, quando os hunos, liderados por Átila, promoveram ataques e conquistas em vários países. Provavelmente, eles provinham de tribos nômades da Ásia central. No século XII, porém, parecia remota a possibilidade de ataques de nômades do Oriente. Fazia muito tempo que eles estavam quietos. Os turcos uigures, que formaram o último império das estepes, haviam sido destruídos em 840 por outros turcos, os quirguizes do Ienissei. Os vitoriosos nada construíram e não tardaram a recuar para o vale de seu rio, em 924. Ler artigo completo |
sábado, 27 de novembro de 2010
Ele fez o mundo tremer
Copa surgiu para curar as feridas da Primeira Guerra Mundial
Eleito presidente da FIFA em 1921, Jules Rimet tinha o projeto de usar o futebol para aproximar os povos após o conflito. Em 1930, o sonho se tornou realidade: há 80 anos nascia o evento esportivo mais popular do planeta | ||||||
por Eric Pincas | ||||||
A bordo do Conte Verde, um homem de terno e gravata, cabelos brancos e bigode finamente talhado ostentava um sorriso discreto. Em sua bagagem, uma estatueta de 30 cm de altura e 4 kg, representando uma Vitória segurando sobre a cabeça um vaso octogonal: a Copa do Mundo, um troféu de ouro maciço produzido pelo escultor francês Abel Lafleur. O homem que cuidava desse precioso tesouro chamava-se Jules Rimet. Presidente da Federação Internacional de Futebol desde 1921, ele batalhava, havia quase dez anos, para organizar uma competição aberta às equipes do mundo inteiro. Seu leitmotiv: aproximar os jogadores dos dois hemisférios, em um espírito de fraternidade, e fazer do futebol o rei dos esportes atléticos. As esperanças que ele depositava nessa primeira Copa do Mundo eram imensas. A poucas semanas do momento do primeiro confronto, ele rememorava o quanto tinha sido longa a estrada até o embarque para a América do Sul. Nascido em 24 de outubro de 1873 em Theuley-les-Lavoncourt, um vilarejo de Haute-Saône, na região francesa de Franco-Condado, o pequeno Jules passou a infância entre a escola, a loja de produtos alimentícios do pai e o moinho do avô. A agricultura regional sofria então o impacto da guerra franco-prussiana de 1870. As condições de vida eram difíceis. Em 1885, com 12 anos, ele se juntou aos pais, que haviam partido em busca de uma vida melhor em Paris. Aluno estudioso, terminou o ensino médio e começou a estudar direito. Uma carreira jurídica se abria para ele. Mas seria essa sua verdadeira vocação? | ||||||
Abolição da escravidão: a igualdade que não veio
Há mais de um século, o dia 13 de maio marca a data da assinatura da lei que emancipou os escravos. A concessão da liberdade, porém, foi acompanhada de medidas que negaram a cidadania plena aos negros | ||||||
por Flávio Gomes e Carlos Eduardo Moreira de Araújo | ||||||
O ex-escravo chamava-se Hipólito Xavier Ribeiro e era morador do morro da Cachoeirinha, na serra dos Pretos Forros (localizada entre os atuais bairros de Lins de Vasconcelos e Cabuçu, na zona norte do Rio de Janeiro). Ao longo de sua vida testemunhou importantes acontecimentos da história do Brasil, entre os quais a Guerra do Paraguai, da qual participou: “Quando o imperador mandou chamar os moços brancos para servir na tropa de linha, nunca vi tanto rancho em biboca da serra, tanto rapaz fino barbudo que nem bicho escondido no mato... O recrutamento esquentou a cada fazendeiro. Para segurar o filho, agarrando a saia da mamãe, entregava os escravos. Entregava chorando porque um negro naquele tempo dava dinheiro. Eu fui num corpo de voluntários quase no fim da guerra, mas ainda entrei em combate em Mato Grosso”. Ler artigo completo |
Ciganos: indesejáveis por cinco séculos
Eles são 15 milhões no mundo. E, não é de hoje, por todos os lados incomodam e suscitam medo. Principalmente na Europa, por onde se espalharam a partir do século XV | ||||||
por Baudoin Eschapasse | ||||||
Um homem, que se apresenta como chefe, adianta-se no meio da multidão. Pergunta, arranhando um francês misturado de alemão e latim, onde fica a prefeitura. Mostram-lhe o edifício. Ao magistrado, o homem, que usa um brinco dourado e se diz conde do Pequeno Egito, exibe uma carta do imperador Sigismundo recomendando que seu grupo seja tratado e recebido “como cristãos nobres”. Explica que ele e seus homens estão realizando uma peregrinação, sem dar mais detalhes sobre o objeto nem o itinerário da viagem. Nos arquivos da cidade onde está registrada a visita, o redator descreve-o como “muito diferente dos vagabundos que a cidade vê passar durante as feiras. Ele é de pele escura e usa cabelos compridos e barba farta”. Ao passo que a moda na França, nessa época, está para fios curtos... ler artigo completo |
Pesquisando o movimento negro no Brasil
Influenciada pela luta anti-racismo na África e nos Estados Unidos, a militância brasileira cresceu nos anos 1970 e hoje colhe grandes conquistas |
Verena Alberti e Amilcar Araujo Pereira |
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De boca em boca

Os inventores do ‘New Deal’

quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Bin Sabbah, o homem que inspirou Bin Laden
O precursor de Osama bin Laden viveu no século XI e criou os comandos suicidas da seita Assassinos, uma ramificação do ismaelismo que atuou no Irã, na Síria e no Iraque. | ||||||
por Marie Helène Parinaud | ||||||
Eu farei todo o Oriente tremer!"... No dia 4 de setembro de 1090, quando Hassan bin Sabbah Homairi proferiu sua ameaça, acabava de conquistar sua mais importante vitória. A fortaleza de Alamut, que ele cobiçava havia anos, estava em suas mãos, enfim. Essa posição estratégica, chamada de "fortaleza dos abutres", estava no coração das montanhas Elbourz, a 1.800 metros de altitude, no noroeste do Irã. Dominando três vales férteis, o local era o centro de uma rede de comunicações que conduzia, principalmente, a Teerã. Hassan bin Sabbah usou a mesma operação já testada com sucesso em outras incursões: seus seguidores se misturaram com a população, penetraram na fortaleza e abriram passagem para o seu chefe. Dessa cidadela inexpugnável, que ele não abandonaria durante os 35 anos seguintes e que seus sucessores também usaram como apoio por mais de um século, Bin Sabbah impôs à região sua religião e a lei do terror. Ler artigo completo Revista História Viva |
As três vidas de Maomé
O grande profeta do Islã foi um hábil comerciante, um inigualável estrategista e um audacioso político. | ||||||
por Malek Chebel | ||||||
Maomé nasceu órfão no dia 29 de agosto de 570: seu pai morrera pouco antes de seu nascimento. Apesar disso, Maomé desfrutou uma infância alegre no ambiente dos beduínos, sob os cuidados de uma ama-de-leite chamada Halima (literalmente "a doce"), beduína do planalto de Hedjaz. Uma tradição hagiográfica conta que, ainda jovem, enquanto ele guardava os carneiros da família, ocorrera um milagre. Duas aparições luminosas, vestidas inteiramente de branco, aproximaram-se de Maomé e retiraram de seu peito um coágulo de sangue negro que foi atirado para longe. Narrada pelo Corão, essa história tornou-se uma parábola da purificação divina a que foi submetido o profeta Maomé. Em 576, aos seis anos, acompanhou a mãe, Amina, do árabe "a [mulher] fiel", para Yathrib, atual Medina, onde ela sucumbiu a uma doença. Órfão de pai e mãe aos sete anos, foi acolhido calorosamente por Abd al-Muttalib, seu avô paterno, homem rico e influente, que o amava como a um filho. Chefe do poderoso clã árabe dos coraixitas, ele administrava o templo sagrado de Caaba, em Meca, construído no tempo de Abraão. Assim, Abd al-Muttalib era uma das personalidades mais poderosas da cidade. Idoso, ele morreu pouco depois de acolher o neto, aos 95 anos. O jovem ficava novamente sem proteção. Seu tio paterno, Abu Talib, ofereceu-lhe então a sua casa. Ler artigo completo Revista História Viva |
A Tragédia de Desterro
Numa das passagens mais sangrentas e aviltantes da história, a capital de Santa Catarina teve seu nome alterado de Desterro para Florianópolis. Encerrava-se a guerra civil em que a ilha sediou uma república independente, fundada por federalistas e rebeldes da Armada | ||||||
Por seis meses, a cidade de Desterro, capital de Santa Catarina, foi sede dessa república independente, formada pela união dos revolucionários federalistas dos três estados do sul do país com os também rebelados militares da Marinha Brasileira. Após a derrota, Desterro seria rebatizada como Florianópolis - em homenagem a Floriano - e dezenas de revoltosos seriam perseguidos, presos e sumariamente executados, em um dos capítulos mais sangrentos da história brasileira. O episódio decisivo para o fim da revolta foi o combate naval travado na madrugada daquele 16 de abril, entre uma frota de 11 embarcações legalistas e o temido encouraçado Aquidaban. Líder da Revolta da Armada, como era então denominada a Marinha do Brasil, aquela embarcação representava o último elo de resistência contra o governo de Floriano. Passava das 11 horas da noite quando a frota legalista bombardeou a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, ao norte da cidade de Desterro. Ler artigo completo Revista História Viva |
O vegetarianismo na obra de Voltaire (1762-1778)

Renan Larue
Universidade de Picardie-Jules Verne
Original em Francês - revue dix huitieme siecle
terça-feira, 23 de novembro de 2010
O deserto dos mestiços: o sertão e seus habitantes nos relatos de viagem do início do século XIX

Luiz Francisco Albuquerque de Miranda
RESUMO
Palavras-chave: Sertão; Civilização; Saint-Hilaire; Spix & Martius.
ABSTRACT
The objective of this paper is to analyze the representations of the backlands in the works by travelers and naturalists August de Saint-Hilaire and Johann von Spix & Carl von Martius, who traveled Portuguese America in the early 19th century. This study exclusively investigates the travel records from trips taken to the interior of the provinces of Sao Paulo, Minas Gerais and Goias. The naturalists, led by European cultural references, strove to recognize and understand the areas which were still not considered civilized and yet were at the frontiers of colonization. The backlands, defined as a barbarian and desertic environment, poses a challenge for the scientists, who projected the progress of Brazilian society.
Keywords: Backland; Civilization; Saint-Hilaire; Spix & Martius.
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Revista de História - UNESP
História e civismo na Roma liviana

History and good citizenship in Livian Rome
Marinalva Vilar de LimaI; Michelly Pereira de Sousa CordãoII
RESUMO
Palavras-chave: Historiografia latina; Tito Lívio; História; Exemplum.
ABSTRACT
Keywords: Latin historiography; Titus Livius; History; Exemplum.
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Revista de História - UNESP
Um visitante inglês na Bahia de 1800

A British traveller in Bahia
Jean Marcel Carvalho França1
RESUMO
Palavras-chave: Salvador; navegações; viajantes britânicos.
ABSTRACT
Keywords: Salvador; navigation; British travellers.
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Revista de História - UNESP
História sem causa? A nova história cultural, a grande narrativa e o dilema pós-colonial

Barbara Weinstein1
RESUMO
Palavras-chave: micro-história; narrativas; período pós-colonial.
ABSTRACT
Keywords: microhistory; narratives; postcolonial period.
Aton, o primeiro deus único do Egito
Há mais de três mil anos, todas as divindades egípcias foram substituídas por um deus único, Aton, o disco solar irradiante, símbolo da vida, do amor, da verdade, arruinando o clero todo-poderoso de Tebas. | ||||||
por Claudine Le Tourneur d\\'Ison | ||||||
Ambos tornaram-se personagens simbólicos da civilização egípcia por terem sido a origem do único cisma profundo conhecido pelo Egito no decorrer de seus três mil anos de história. Destituindo o todo poderoso clero de Amon para impor um deus único, representado pelo disco solar Aton, Akenaton abria pela primeira vez na história da humanidade um caminho rumo ao monoteísmo. O reinado deste faraó, por muito tempo erroneamente qualificado como "herético", situa-se no fim da efervescente XVIII dinastia, por volta de 1358 AC. A civilização se encontra em plena apoteose. O Egito jamais teve tamanha opulência e refinamento. Após as grandes conquistas de Tutmósis III, o momento é de paz. Amenófis III, pai de Akenaton, soube estender pelo Oriente o poder e o brilho de Tebas, centro de um grande império internacional. Ler mais... História Viva |
O Fantasma de Jack, o Estripador

O Fantasma de Jack, o Estripador
O Assassino de Whitechapel ainda assombra a pérfida Albion
Jack, o estripador
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Revista História Viva
O direito à identidade: a restituição de crianças apropriadas nos porões das ditaduras militares do Cone Sul

Samantha Viz Quadrat1
RESUMO
Palavras-chave: Cone Sul; ditaduras; direitos humanos.
ABSTRACT
Keywords: Southern Cone; dictatorships; human rights.
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Revista de História - UNESP
Uma insólita visita: Fidel Castro no Chile de Allende
An uncommon visit: Fidel Castro in Allende’s Chile
RESUMO
Palavras-chave: Fidel Castro; Salvador Allende; socialismo.
ABSTRACT
Keywords: Fidel Castro; Salvador Allende; socialism.
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Revista de História - UNESP
Conformando uma Argentina leitora: educação pública, bibliotecas e mercado editorial entre fins do século XIX e meados do século XX

Building a reading Argentina: state schools, libraries and the publishing market in late -19th century and in the first half of 20th century
Gabriela Pellegrino Soares2
RESUMO
Palavras-chave: Argentina; educação; livros.
ABSTRACT
Keywords: Argentina; education, books.
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Revista de História - UNESP
Ruas de Borges e de seus contemporâneos

Júlio Pimentel Pinto1
RESUMO
Palavras-chave: América Latina; vanguardas do início do XX; cidades.
ABSTRACT
Keywords: Latin America; XX century’s vanguards; cities.
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Revista de História - UNESP
A querela dos heróis: liderança política e ethos americano em Oliveira Lima e José Enrique Rodó

Fabio Muruci dos Santos1
RESUMO
Palavras-chave: Oliveira Lima; José Enrique Rodo; identidade americana.
ABSTRACT
Keywords: Oliveira Lima; José Enrique Rodo; American identity.
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Revista de História - UNESP
Tocqueville, Sarmiento e Alberdi: três visões sobre a democracia nas Américas

Tocqueville, Sarmiento and Alberdi: three visions on Democracy in Americas
José Luis Bendicho Beired2
RESUMO
Palavras-chave: Alexis de Tocqueville; Domingo Faustino Sarmiento; Juan Bautista Alberdi.
ABSTRACT
Keywords: Alexis de Tocqueville; Domingo Faustino Sarmiento; Juan Bautista Alberdi.
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Revista de História - UNESP
A data símbolo de 1898: o impacto da independência de Cuba na Espanha e Hispanoamérica

The 1898’s symbol date: the Cuban Independence impact in Spain and Spanish America
Maria Helena Rolim Capelato2
RESUMO
Revista de História - UNESP
Esperança radical e desencanto conservador na Independência da América Espanhola
Maria Ligia Coelho Prado1
RESUMO
Palavras-chave: independência da América Espanhola; José Bernardo Monteagudo; diálogos políticos.
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