quinta-feira, 25 de novembro de 2010

As três vidas de Maomé

O grande profeta do Islã foi um hábil comerciante, um inigualável estrategista e um audacioso político.
por Malek Chebel
Numa miniatura turca do Sya-Al-Nabi (Vida do Profeta), Maomé vive sua ascensão mística, uma viagem noturna aos limites da criação divina. Como guia: o arcanjo Gabriel. Século XVI.
Místico, visionário e guerreiro, Maomé unificou a península arábica em nome do Islã, que, segundo ele, deveria ser difundido aos confins do mundo.

Maomé nasceu órfão no dia 29 de agosto de 570: seu pai morrera pouco antes de seu nascimento. Apesar disso, Maomé desfrutou uma infância alegre no ambiente dos beduínos, sob os cuidados de uma ama-de-leite chamada Halima (literalmente "a doce"), beduína do planalto de Hedjaz. Uma tradição hagiográfica conta que, ainda jovem, enquanto ele guardava os carneiros da família, ocorrera um milagre. Duas aparições luminosas, vestidas inteiramente de branco, aproximaram-se de Maomé e retiraram de seu peito um coágulo de sangue negro que foi atirado para longe.

Narrada pelo Corão, essa história tornou-se uma parábola da purificação divina a que foi submetido o profeta Maomé. Em 576, aos seis anos, acompanhou a mãe, Amina, do árabe "a [mulher] fiel", para Yathrib, atual Medina, onde ela sucumbiu a uma doença. Órfão de pai e mãe aos sete anos, foi acolhido calorosamente por Abd al-Muttalib, seu avô paterno, homem rico e influente, que o amava como a um filho. Chefe do poderoso clã árabe dos coraixitas, ele administrava o templo sagrado de Caaba, em Meca, construído no tempo de Abraão. Assim, Abd al-Muttalib era uma das personalidades mais poderosas da cidade. Idoso, ele morreu pouco depois de acolher o neto, aos 95 anos. O jovem ficava novamente sem proteção. Seu tio paterno, Abu Talib, ofereceu-lhe então a sua casa.

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Revista História Viva

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